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João Emanuel Carneiro, autor de A Favorita, está na sua terceira novela. Acho difícil que esse número já estabeleça um estilo, mas como ele é muito seguro é possível perceber alguns traços comuns. Vendo umas cenas de Elizângela e Cauã Reymond na novela me ocorreu o seguinte: ele tem "problema" com famílias convencionais. Extremo oposto de Manoel Carlos pelo visto.

As família são podres em algum sentido. Romildo Rosa (o político) e sua família sofrem ainda hoje o suicídio da figura materna, algo muito bem pontuado na agressividade de Alícia, única mulher restante na casa e fato este que foi exposto por Arlete, ex-amante de Romildo; A família Fontini nem se fala, teve um filho assassinado e desde então existe apenas virtualmente onde seus membros se dividem entre a ilegitimidade do sangue e as suspeitas de crimes diversos, tudo temperado na falta de escrúpulos; A família de Copolla teve início clássica e sólida, mas com a chegada de Cida (Claudia Ohana, irmã do autor apenas por parte de pai), antigos podres sao desenterrados e novos surgirão.

Esses são exemplos de A Favorita, o autor ainda tem Cobras & Lagartos e Da Cor do Pecado. Nestas, Foguinho (Lázaro Ramos) era uma espécia de macunaíma moderno, filho de aproveitadores e irmão de preguiçosos. Em Da Cor do Pecado Afonso Lambertini (Lima Duarte) havia destriudo a sua família, separado os filhos gêmeos e renegado o neto negro. A família sardinha era excessivamente matriarcal e homofóbica.

Matriarcalsimo aliás é evideten até demais! Mamuska e os Sardinha, Cilene e Halley, Preta e Raí, até mesmo Donatela e Lara. Interessante isso não é? Para alguem como João Emanuel que teve uma mãe para sí, mas um pai dividido em duas famílias (o pai dele, ao que parece, teve uma outra família da qual faz parte Claudia Ohana).

Arrisco ainda falar em Central do Brasil, filme que conta com colaboração de Carneiro no roteiro, Zé (Vinícius de Oliveira) sai atrás de um pai no sertão do Brasil, mas encontra em Dora (Fernanda Montenegro) uma mãe, posteriomente acha um irmão que conta o drama do sumiço de seu pai, este ele não encontra mesmo.

3 Comments:

Anônimo said...

Isso pode virar um tema de monografia interessante, analisando a subjetividade do autor da novela em seus personagens...
hmmmm...

Rafael Carvalhêdo said...

"A família sardinha era excessivamente matriarcal e homofóbica." kkkkkkkkk

Pedro, muito bom esse texto. Tu é ótimo em encontrar relações. Só hj fiquei surpreso com duas: Wall.E com personagens de Burton e as famílias das novelas de Carneiro.

Um texto psicológico. Tô gostando de ver!!!

Pedro Canto said...

uhahuahuauha Valeu Caio!
saudades amigo!