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Entreato



A sensação que dá é de que tudo que poderia ser dito sobre A Favorita neste blog já foi dito. Hoje me resta apenas guardar luto pela morte de Gonçalo.

É preciso muita coragem para tirar um personagem deste tamanho da trama, um personagem cujo intérprete é alguem tão importante quanto o papel. Coragem aliás que João Emanuel Carneiro já mostrou que tem, e de sobra, e tem também o talento pra fazer a trama seguir daí.

Atos aliás que podem curiosamente ser definidos pela trilha curta do final do capítulo de hoje. Se alguem lembra, além deste louco aqui, esse tango é o mesmo que foi usado na primeiríssima cena da novela, Flora saindo da cadeia (pavor em lembrar disso). Tecnicamente impecável, este capítulo, que para o autor é o melhor capítulo de novela que ele já escreveu, é um para ficar na memória, acima de tudo pela perfomance de um ator tão magnífico quanto Mauro Mendonça e um trabalho de direção tão preciso. É de dar arrepios o som do engasgamento de Gonçalo. E apenas o som, porque a cena que vemos é pior ainda: Flora ensaguentada aguardando mais uma vitória alcançada através da coreografia perfeita da inteligência do personagem mais intrigante neste momento relevante da teledramaturgia brasileira.

E é com o último suspiro de Gonçalo, mais uma gargalhada de Flora e a violência gráfica deste capítulo que começa o terceiro e último ato desta narrativa que potencializou o poder de comoção de uma novela. A partir de agora é pouco mais de um mês para tudo isso ter fim, seja lá qual for... e não duvidem, João Emanuel Carneiro fará o que ele quiser com essa história.

Os dentes de Alicia


De tantas cenas chocantes no capítulo de ontem da novela "A Favorita", como a Primeira Dama sendo jogada em praça pública, ou a conversa entre mãe e filha sobre preconceito e até mesmo Seu Gonçalo ficar de cara-a-cara com a Donatela, uma sem tanta expressão me chamou atenção.

E me chamou atenção pela incoerência: Alicia, filha do Deputado Romildo Rosa, morrendo de dor de dente e precisando de um dentista de favor.

O que me impressionou não foi Alicia, filha do Deputado Romildo Rosa precisando de um dentista de favor, o que me deixou encucada foi: Alicia, filha do Deputado Romildo Rosa, que só está fora de casa há 1 semana JÁ ESTÁ COM DOR DE DENTE??!!

Como assim gente? Será que a patricinha, ou melhor a Alicinha nunca ia ao dentista enquanto morava na mansão Rosa? Por que dor de dente forte, a ponto de precisarmos ir a um dentista, de favor ou não, só se faz necessário quando o negócio está feio, muito feio.

E aqueles dentes branquinhos de Alicia mais me lembram a dentadura de Berenice.

Não posso deixar de dizer que ADORO a Favorita, e tudo é culpa de Pedro, até eu estar escrevendo aqui, rsrsrs!! Mas, esta de ontem foi demais!

Beijitos e até a próxima!

Em Partes

Mais um ótimo exemplo da excelência de A Favorita. O capítulo de hoje foi editado de uma forma muito inteligente e que vai de encontro ao estilo do gênero.

Em termos de edição, somos acostumados a ver um capítulo de novela onde determinadas ações são divididas de forma que os 50min. do capítulo sejam um sanduíche de núcleos. Hoje a coisa aconteceu diferente em A Favorita o que evidenciou não só, mais uma vez, o belíssimo trabalho de edição como a força do texto de João Emanuel e a competência dos atores.

E o momento que mais ganhou com isso tudo foi Maria do Céu e Orlandinho, em um diálogo magnificamente metalinguístico, Céu chorava ao ver um capítulo de Negócio da China e dizia para Orlandinho que ela nunca ia ser uma mocinha, ela nunca ia ter o príncipe dela, já Lara não, essa sim era a verdadeira mocinha e tinha até os dois prícipes disputando. Orlandinho, que tenho certeza nesta hora falava pelo autor, disse que é justamente pela quantidade de erros que Céu já comenteu, somado a sua beleza e inteligência, que ela se torna uma figura muito mais interessante. Mais acertado impossível tal afirmação.

De volta à edição, na cena seguinte vemos o resultado dessa intimidade dos personagens que estranhamente terminaram na cama, mas muito bem resolvidos cada um com sua condição sexual, Orlandinho gay e Céu despudorada, seguiram pra correr na Barra como belos amigos. Esta cena aí fez meu pai soltar o seguinte comentário: "é o melhor casal da novela, aliás de todas que tão passando agora.". 
Não ouso descordar...

Outro ponto muito inteligente foi o suspense criado em volta do quase atentado que Baiano sofreu, e digo mais, ainda bem que o "casting" escalou dois atores de verdade pra fazer essa participação, os atores que fazem Baiano e sua mulher são excelentes e dão conta do recado fazendo duas figuras frágeis que conseguimos realmente nos importar, ainda tem de bônus a criatividade no nome dos filhoes dele: Zico e Ronaldo, que fofo!