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Terror, Luz & Sombra

Acho impressionante como produtos que, aparentemente, seriam "menores" por possuírem o público alvo que têm, conseguem se sobressair através do apuramento técnico de suas produções. Estou falando especificamente de The Vampire Diaries.


Tenho mergulhado num encantamento visual por ela, que isso tem me estimulado, ainda mais, a trabalhar TV nos meus estudos futuros. A história é meio batida, e apesar de uns bons atores, ela não foge a nenhum dos clichês do gênero vampiros e muito menos do gênero teen-movie que o criador desta série, Kevin Willianson, é um dos maiores responsáveis (ele é criador de Pânico, Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado, Dawson's Creek e tome adolescente...). The Vampire DIaries, em resumo, gira em torno de dois irmãos, Stefan e Damon, disputando a rainha do baile, Elena.



No entanto, o que é mais interessante ver, e "ver" é a ação em questão, é o apuramento visual dado no tratamento desta série. Stefan, supostamente o bonzinho, é apresentado sempre meio-exposto meio-escondido por sombras, enquanto seu irmão, Damon, supostamente o malvadão, está sempre de frente, completamente iluminado, mesmo no escuro. Isso acabar criando uma sensação de que Stefan não conta toda a verdade, há, com certeza, coisas obscuras sobre ele que ainda colocarão Elena em perigo.

Esse jogo de luz e sombra pode ser muito percebido no episódio 7 da primeira temporada, quando é decidido por Elena, em meio aos irmãos, aceitar ajuda de Damon para diminuir o sofrimento do irmão dela. Nessa cena, Stefan está imerso em sombra tentando convencer Elena que já fez tudo que pôde e que não pode evitar o sofrimento de Jeremy. Neste momento Damon aparece, como disse antes, de frente e totalmente iluminado, oferecendo ajuda. Elena aceita, afinal, é claro (ahn ahn, pegou?) que Damon está falando a verdade, ele pode ajudar.

                                                              (Esse aqui é Stefan, tá?)

Pode ser que eu esteja vendo com boa vontade demais, mas acredito piamente na arte da televisão e em seu caráter subjetivo, e também no seu potencial experimental. O próprio Hitchcok já havia declarado que  Psicose surgiu de sua vontade de levar para o cinema a linguagem visual que ele havia experimentado na TV, com seu program Alfred Hitchcock Apresenta.

Dexter, pai do ano!



*Decidi escrever isso aqui antes de ver o último episódio da 4ª temporada, assim evito algum spoiler que passe despercebido pela empolgação.

Esse blog, já gastou linhas e mais linhas falando de Dexter e por isso não vou me alongar. Mas quem viu qualquer pedaço desta 4ª temporada de Dexter sabe que o que é um bom roteiro de suspense, um bom drama e, principalmente, que bons personagens não são quase nada sem bons atores.

Constituindo família de maneira formal no final da terceira, Dexter assume o papel de pai e, como o próprio Harry diz na série, precisa decidir que papel ele interpretará: pai, serial killer, analista de esparramento de sangue, irmão ou marido. Dexter, obviamente, não desempenha nenhum deles com destreza, nem mesmo quando o Dark Passenger toma de conta, na verdade, os maiores vacilos de Dexter ocorrem no campo que ele se sentia mais confortável: o de esquartejador.


Para retratar tal momento da vida do nosso herói (!) Michael C. Hall esfrega na cara de todos os prêmios que nunca ganhou, que ele não precisa disso para ser SIM o melhor ator de TV atualmente no ar. A diferença de Dexter Morgan e o Dark Passenger, quando ele mata suas vítimas, sempre foi uma especialidade na interpretação de Michael, mas dessa vez, esses limites se confudem e o Passageiro acaba aparecendo em horas que não deveria. Há uma cena em que Dexter avança em Arthur, seu Nemesis dessa temporada, que é assustador até pra quem acompanha a série a 4 anos.


Tradição das outras temporadas, o rival de Dexter, dessa vez consegue finalmente ser o que promete. Não que Lila, Doakes, I.T.K. e Miguel Prado não sejam "inimigos" à altura dele, mas Arthur Miller finalmente é o monstro definitivo que Dexter precisa enfrenta. E o melhor de tudo, nas mãos do comediante John Lightgow, o papel se torna uma ameaça ambulante. John justifica a indicação ao Globo de Ouro, mas de tão bom, tem cara que não leva, só pra continuar a tradição de injustiças com a série.


E por fim, e mais importante, minhas previsões se concretizam... Debra Morgan (Jennifer Carpenter) tem se tornado a melhor detetive de Miami, um caçadora de serial killers de deixar o próprio Harry Morgan com medo e Frank Lundy orgulhoso. Mais lenha na fogueira que promete ser a 5ª temporada. Nada me tira da cabeça que o grande confronto que se anuncia é o dilema de Deb diante do fato de su irmão ser o principal serial killer em atividade, em Miami. E Jennifer tem milhões de chances de elevar Debra ao posto de oponente do irmão, em todos os sentidos, e consegue!

Com o bônus de desenvolver melhor todos os outros personagens muito bem, e mesmo sem ter terminado de ver, posso dizer que não há, nesta temporada, um episódio morno que seja. Só me resta aguardar a 5ª e torcer pra que tudo dê certo. Isto é, o bem prevalecer o mal(!) e Dexter, um serial killer, sair ileso e viver feliz com sua família.