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Irmãos


Quando há muito tempo falei aqui sobre Dexter a minha empolgação era justificada nos seguintes fatores: essa série coloca no centro de sua ação um homem que cresceu aprendendo a controlar um instinto, o de ser um assassino em série. Para isso ele segue o Código de Harry, seu pai adotivo que o encontrou, aos 2 anos de idade, na cena de crime onde a mãe foi esqu
artejada. Dexter tenta levar uma vida normal e direcionou (?) seus instintos para o "bem". Suas vítimas são sempre outros assassinos.

No fim da primeira temporada somos apresentados à um grande segredo que o próprio Dexter desconhecia e que o faz questionar o código. Mas as questões não são apresen
tadas apenas ao personagem, e é aí que esta séria ABSURDA! nos pega novamente.

Nesta segunda temporada (que estou vendo agora, depois de um ano que ela foi ao ar) encontramos Dexter traumatizado, sua irmã, Deb, ainda sofrendo com as descobertas dos últimos episódios (seu noivo era um assassino), a namorada Rita recuperandos-se da morte do marido (provocada por Dexter) e sendo firme como nunca antes aparentou... enfim, os personagens passam por sérias mudanças que um bom apreciador de personagens adora.

Mas o que me trouxe aqui foi o embate.



Dexter 

Os corpos das vítimas de Dexter foram econtrados, TODOS! Logo, é de se esperar uma certa cautela dele, mas isso não é exatamente possível para alguem que age instintivamente... 
Quando flertando com sua próxima vítima, um assassino de mulheres solteiras morenas, eis que um personagem qualquer (até o momento) fala para Dexter: "os piores assassinos da
 histórias são aqueles que, de alguma maneira, achavam seus assassinatos justos, ou até merecidos. Líderes exterminarem populações inteiras pelas mesmas bizarrices." E confesso a vocês, depois de uma temporada inteira torcendo e aceita
ndo a justificativa do protagonista, e ainda por cima, no início da segunda temporada me pegar agitado pensando "vai Dexter, mata ele, você consegue, vai... MATAAAA... AEEEEEEEEEE...", fiquei mal! Como isso não me ocorreu antes?



Deb

Deborah Morgan, irmã adotiva de Dexter, duarente toda a primeira temporada servia apenas como mais um elemento de seu "disfarce de pessoa normal", mas com a graça divina os produtores/autores resolveram dar destaque a ela. Encontramos uma Deb mais medrosa e fragilizada, que reluta em trabalhar na nova investigação de assassinatos em série, principalmente tendo em vista que o último investigado era seu noivo e que ia fazer dela a próxima vítima. Mas ei... repararam? não perceberam??? 

Deb está investigando quem é o assassino dos 18 corpos encontrados no fundo do mar e, agora, por compreender e conhecer mais de perto a mente de um real assassino em série, ela é a melhor e provavelmente a única pessoa capaz de prender este assassino... que ela, coitadinha, não sabe, mas é SEU IRMÃO!!!! Pra piorar tudo(! por que eu ainda torço pelo Dexter mesmo me sentindo um lixo!) Deb encontrou em um policial do FBI, que a fez perceber seu novo potencial, uma espécie de Harry, alguém para ser a voz da razão na sua cabeça, assim como Dexter tem...


Então

Já imaginaram onde isso pode chegar? Deb caça alguém, este alguém, mal sabe ela, é a única pessoa que lhe sobrou na vida. Dexter quer fugir de si e ao mesmo tempo tem conseguido encontrar a humanidade dentro dele que sempre se orgulhou de não possuir, mas que agora perebe o quanto fez falta.

Eu não quero nem saber no que vai dar... essa bagunça tá so começando, ainda tem 9 episódios e outras temporadas futuras, mas desde já nunca vimos personagens tão inusitados e complexos.

Cenografia e Iluminação

No capítulo de hoje de A Favorita foi claro o exercício de tensão e inteligência do autor e do diretor da trama e sua equipe. 

Desde o início com Dodi ultrapassando o limite do "coração de filho de chocadeira" e entregando pai e irmã pra um grupo de homens ameaçadores demais até pra este horário (não que eu acredite nisso)  eu já fiquei tenso, ví que a coisa não tava pra brincadeira. Daí vieram as revelações, as agressões e por último uma cena muito interessante:

Aproveitando a arquitetura absurda de São Paulo, Ricardo Waddintong fez tomadas precisas na capital que oprimia Halley, agora conhecedor da sua origem e vacilante em assumir a responsabilidade sobre a verdade que detém, em frente ao prédio da empresa que por direito será sua. Uma cena sóbria em cores, seguindo um padrão (que eu adoro) da novela, o verde com cinza, que traz o ar tenso e sombrio que temos desde o início e já comentei aqui. A direção de fotografia da novela é quase inédita em novelas e a direção de arte e escolha dos cenários de externa sempre foram excelentes. reparem!

Capítulo tenso como esse foram poucos e não bastava só ter os ótimos diálogos, já de praxe quando se trata de A Favorita; o trabalho do autor é potencializado por uma equipe esforçada em se superar. Mesmo porque, tecnicamente falando, so têm a si para superar mesmo.

Brothers & Sisters

Na televisão americana tudo que mais tem feito sucesso, ultimamente, são os projetos ousados com algum diferencial mais chocante, detalhes que fazem o público ser atraido pelo escândalo ou por peculiaridades que viram exclusividade  daqueles programas: o humor negro em Desperate Housewives, a hipernarrativa em Lost, as drogas em Weeds, o sexo em Californication e por ai vai.

No entanto nos últimos três anos há uma série que vem crescendo em crítica e em público (e em prêmios) chamada Brothers & Sisters. Quem tem TV por assinatura com certeza conhece, mas eu (que não tenho) relutei em ver, não porque achava que seria ruim, mas porque sabia os efeitos sobre mim: duas semanas consecutivas obcecado com a estória da família Walker vendo tudo das duas primeiras temporadas!

A Trama

William Walker (Tom Skerrit) é o patriarca, nos mais amplos sentidos, de uma família composta por 5 filhos e sua esposa Nora. Eles são ricos e moram em Pasadena, o bairro mais nobre de Los Angeles. Durante o primeiro episódio somos apresentados aos filhos Sarah, uma mãe trabalhodora que apesar de consilhar casamento/maternidade/presidência da empresa da família não é uma mulher feliz; Tommy, o mais instrospectivo e que tem problemas em aceitar o fato de seu pai ter dado mais espaço na empresa para sua irmã mais velha; Kevin, advogado bem sucedido e assumidamente gay que tem problema em se relacionar com outras pessoas pela sua acidez inerente; Kitty, republicana ferrenha apresentadora de um importante programa de TV que discute política e que não mora mais com a família por não aguentar as brigas com a mãe, brigas estas que tem como centro o filho caçula e alma da família Justin, veterano da atual guerra no Iraque que, abatido pelo horror presenciado lá, é dependente químico. No centro disso tudo temos Nora (Sally Field), a mãe neurótica e cuja língua não cabe na boca, mas sempre capaz de dar as melhores palavras de carinho, exceto quando se trata de Kitty a quem nunca perdoou por convencer Justin de ir a guerra. Mas tudo é sacudido quando William morre deixando 10 milhões em dívida e um caso extra-conjulgal de mais de 20 anos com Holly, uma mulher forte que sobreviveu ao papel de outra todo esse tempo que decide lutar por sua parte na vida de William. Temos ainda o Tio Saul, o senhor de 65 anos que dedicou sua vida, sem que saibamos o motivo, a viver na sombra desta família que apesar de amá-lo muito não consegue de fato encaixá-lo dentro dessa dinâmica.
A política ainda é um tema central que rega e tempera os problemas da família dividida, obviamente, em republicanos e democratas.

Os atores

É impressionanete como os produtores desta série reuniram um elenco tão coerente para estes papeis tão ricos. E são nomes grandes: Sally Field (indicada ao Oscar e atriz conhecida do grande público de cinema e TV) Tom Skerrit (idem) Rachel Grifiths (A Sete Palmos), Calista Flockhart (Ally Mcbeal), Baltazar Getty (Pasadena e Alias), Ron RIfkin (Alias), Rob Lowe (West Wing) Emily Vancamp (Everwood). Todos com seu momento emocionante pelo menos uma vez por episódio. Alias momentos emocionantes não faltam nesta série que é conhecida mundialmente como a maior cebola da TV: cortou-chorou!

Em Brothers & Sisters tudo é muito bem dosado e a dose é cavalar. É pra se rir muito, chorar muito, gostar muito de alguns, odiar muitos outros e nem sempre focando estes sentimentos nos mesmos personagens... 

Vale muito a pena ver esta série e se sentir parte da família não apenas pela forma exemplar como a história é contado, mas tambem pelo fato de ser impossível nao se identificar com os problemas da família Walker e realizar a transferência quase catártica quando vemos determinados assuntos abordados que nos faz sentir como aquele momento único de uma reunião famíliar, quando ela acaba, e sentimos que tudo está resolvido... até a próxima.

Estou começando hoje a ver a terceira temporada e é do final da segunda que tiro uma frase que descreve a sensação de ser uma família, ter uma família e fazer parte desta, a dos Walker. Em determinado contexto Kevin vai pedir um namorado seu em casamento e diz: "Eu até adoro, em você, as coisas que eu odeio porque você me faz ser exatamente como eu sou e pra mim isso é como uma família e é o que eu quero nós sejamos, eu quero nós sejamos uma família porque isso nunca acaba." 

Previously on Vide-o-Verso

"Eu amadureci, Márcia, esse tempo todo que eu fiquei de fora eu cresci... ah Márcia, como eu era ingênua..." (piada interna, mas que qualquer um inteligente entende, é como a roupa do rei).


Desde agosto sem entrar aqui direito me mantive tão BEM ocupado, foram 3 temporadas de Gilmore Girls, 3 de Alias, 2 de Brothers & Sisters (caçula) e mais algumas coisas.



Mas não vou falar disso agora, mesmo por que estou vendo coisas passadas, deliciosas, mas nada novo. Então vamos à rapidos comentários sobre a televisão nesse íntere:



* Programação de fim de ano tá quase pra começar e isso me anima.
* Mutantes deu errado, num disse?
* A Revelção (novela de Iris Abravanel) nunca estreou, graças a Deus!
* Pantanal tá enrolando meio mundo.
* Nada dá certo no programa d'Ana Maria (tadinha).
* Eu, e meio mundo, odeio(mos) a Marisa do SBT
* É verdade, Vanessão morreu.
* Não aguento mais a Luana Piovani o mulher que arruma confusão
* Susana Viera, coitada, nem comento...


E vamos assim, a partir daí a gente segue.

Fã é fã, mas não pode passar a mão por na cabeça...


Justo hoje, na re-re-estreia do blog...

Eu, obviamente, ia começar o dia de hoje com um post de elogios à soluções não óbvias de João Emanuel Carneiro pr'A Favorita, e até mesmo falando sobre como não me incomoda o fato de alguns atores sumirem por um mês inteiro.

Mas aí me acontece o seguinte: ontem e hoje alguns eventos aconteceram, com destaque, porque Flora roubou o celular de Zé Bob, né? daí o Baiano, o vigia da construção lá, hoje resolveu ligar pro Zé e ele atendeu! MEU DEUS!!!! Como assim passou um buraco desses? antes de chegar no jornal ele memso procurava o celular! Ninguem viu na supervisão de texto? ninguém viu entre os atores? Ninguém viu na direção? Ninguem viu nem na edição?????????

Pô... foi foda!

...

Então...

Voltei. E como eu não preciso dar satisfação, vou parafrasear alguem que compartilha do meu estado de espírito:

"Matilde, onde estão as minhas roupas, Matilde? Aconteceu o quê nessa casa?"

Vocês assutados dizem: "Pedro? é você mesmo?"

Eu prossigo:

"Ah... vão recomeçar as chateações!"


Essa é a cena da volta de Bia Falcão, como se nada tivesse acontecido.