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Brothers & Sisters

Na televisão americana tudo que mais tem feito sucesso, ultimamente, são os projetos ousados com algum diferencial mais chocante, detalhes que fazem o público ser atraido pelo escândalo ou por peculiaridades que viram exclusividade  daqueles programas: o humor negro em Desperate Housewives, a hipernarrativa em Lost, as drogas em Weeds, o sexo em Californication e por ai vai.

No entanto nos últimos três anos há uma série que vem crescendo em crítica e em público (e em prêmios) chamada Brothers & Sisters. Quem tem TV por assinatura com certeza conhece, mas eu (que não tenho) relutei em ver, não porque achava que seria ruim, mas porque sabia os efeitos sobre mim: duas semanas consecutivas obcecado com a estória da família Walker vendo tudo das duas primeiras temporadas!

A Trama

William Walker (Tom Skerrit) é o patriarca, nos mais amplos sentidos, de uma família composta por 5 filhos e sua esposa Nora. Eles são ricos e moram em Pasadena, o bairro mais nobre de Los Angeles. Durante o primeiro episódio somos apresentados aos filhos Sarah, uma mãe trabalhodora que apesar de consilhar casamento/maternidade/presidência da empresa da família não é uma mulher feliz; Tommy, o mais instrospectivo e que tem problemas em aceitar o fato de seu pai ter dado mais espaço na empresa para sua irmã mais velha; Kevin, advogado bem sucedido e assumidamente gay que tem problema em se relacionar com outras pessoas pela sua acidez inerente; Kitty, republicana ferrenha apresentadora de um importante programa de TV que discute política e que não mora mais com a família por não aguentar as brigas com a mãe, brigas estas que tem como centro o filho caçula e alma da família Justin, veterano da atual guerra no Iraque que, abatido pelo horror presenciado lá, é dependente químico. No centro disso tudo temos Nora (Sally Field), a mãe neurótica e cuja língua não cabe na boca, mas sempre capaz de dar as melhores palavras de carinho, exceto quando se trata de Kitty a quem nunca perdoou por convencer Justin de ir a guerra. Mas tudo é sacudido quando William morre deixando 10 milhões em dívida e um caso extra-conjulgal de mais de 20 anos com Holly, uma mulher forte que sobreviveu ao papel de outra todo esse tempo que decide lutar por sua parte na vida de William. Temos ainda o Tio Saul, o senhor de 65 anos que dedicou sua vida, sem que saibamos o motivo, a viver na sombra desta família que apesar de amá-lo muito não consegue de fato encaixá-lo dentro dessa dinâmica.
A política ainda é um tema central que rega e tempera os problemas da família dividida, obviamente, em republicanos e democratas.

Os atores

É impressionanete como os produtores desta série reuniram um elenco tão coerente para estes papeis tão ricos. E são nomes grandes: Sally Field (indicada ao Oscar e atriz conhecida do grande público de cinema e TV) Tom Skerrit (idem) Rachel Grifiths (A Sete Palmos), Calista Flockhart (Ally Mcbeal), Baltazar Getty (Pasadena e Alias), Ron RIfkin (Alias), Rob Lowe (West Wing) Emily Vancamp (Everwood). Todos com seu momento emocionante pelo menos uma vez por episódio. Alias momentos emocionantes não faltam nesta série que é conhecida mundialmente como a maior cebola da TV: cortou-chorou!

Em Brothers & Sisters tudo é muito bem dosado e a dose é cavalar. É pra se rir muito, chorar muito, gostar muito de alguns, odiar muitos outros e nem sempre focando estes sentimentos nos mesmos personagens... 

Vale muito a pena ver esta série e se sentir parte da família não apenas pela forma exemplar como a história é contado, mas tambem pelo fato de ser impossível nao se identificar com os problemas da família Walker e realizar a transferência quase catártica quando vemos determinados assuntos abordados que nos faz sentir como aquele momento único de uma reunião famíliar, quando ela acaba, e sentimos que tudo está resolvido... até a próxima.

Estou começando hoje a ver a terceira temporada e é do final da segunda que tiro uma frase que descreve a sensação de ser uma família, ter uma família e fazer parte desta, a dos Walker. Em determinado contexto Kevin vai pedir um namorado seu em casamento e diz: "Eu até adoro, em você, as coisas que eu odeio porque você me faz ser exatamente como eu sou e pra mim isso é como uma família e é o que eu quero nós sejamos, eu quero nós sejamos uma família porque isso nunca acaba." 

4 Comments:

Anônimo said...

menino, dá até pra chorar com essa última frase!!!

Polyana Amorim said...

Fiquei curiosa pra ver. E gostei da roupa nova do blog. Ficou clean!

bjinhos

Pedro Canto said...

Meninas, quem quiser basta me dar um pênis drive que eu passo:D:D

Anônimo said...

ai pedro to com tants saudade de ver! meu computador ainda não esá 100%. Quando tu vai poder gravar dvd pra mim??
Ah, adorei o texto, vc escreve muito bem,mesmo, mesmo!!
te amoooo, saudade muita!