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Meio sem palavras ainda, mas vá lá...


Começa a história de uma assassina. Flora, e poderia ser Donatela, acaba de se tornar meu personagem preferido, mais bem construído pela atriz. Patrícia Pillar não vai precisar mudar um centímetro da sua atuação para fazer a, agora, vilã de A Favorita. Claudia Raia faria tão bem quanto.

Aliás, chamar de vilã não me agrada... Vilão (a) é estereótipo, mas disso ela tem muito pouco. Até "justificativas" para virar a psicopata que se apresenta ela tem. Trocada pelo pai desde criança, quando Pedro achou Donatela quase em estado de inanição e orfã; rejeitada pelo homem que amava; deu um golpe da barriga mal sucedido e agora tinha que criar a filha sem o dinheiro que queria; superada em talento pela "inimiga"... N impulsos. Não que eu considere isso motivo, nao precisam me bater, mas pelo menos isso constroi o personagem. E do outro lado tem a "mocinha" que mais sofre desde Maria do Bairro.

Mas minha esperança é que A Favorita não caia no lugar comum, a batalha do bem contra o mal personificada em duas mulheres rivais. Não vejo necessidade disso acontecer já que João Emanuel provou neste capítulo de hoje que tem MUITO texto bom pra colocar na boca de atores tão preparados.

Ainda tem 4 meses por aí e bastante pano pra manga.


ps.: eu tinha que ter filmado o capítulo a parte que foi assistir à novela. Pessoas me ligando no intervalo, família querendo saber o que eu achava... É... se outros estavam assim imagine eu!

ps2.: Dodi, seu safado filho da p*** eu confiava em você... Me enganou direitinho.

9 Comments:

Rafael Carvalhêdo said...

E o meu sonho acabou... vejamos ainda!

Pedro! Estou copmpletamente confuso. Esse elenco me deixa sem fôlego (SEM FÔLEGO!), esse autor é talentosíssimo, aquela fotografia arrazou e a trama... bom! A trama...

Pedro! Admirei imensamente o que esse autor estava fazendo, imensamente! Ele determinou um estilo pra narrativa da novela logo no início que, mesmo que prometendo revelar um culpado pela morte do Marcelo, tratava os personagens como figuras reais e complexas. Foi um marco, uma mudança, que ia além da narrativa e transformava a temática.

Mas então, de repente, ele, meio que do nada, muda completamente o estilo da novela, e toda aquela ambientação complexa e real vira de novo essa coisa típicas e clichês. Não gostei! Agora é uma mocinha e uma supervilã maldosa e sádica a ponto de dizer o que raríssimos assassinos dizem: "Eu sou assassina!". O bem e o mal, bla bla bla!!! Não me desagradei pelo fato da assassina ser a Flora, mas pelo retorno aos clichês dramáticos, apenas por isso. Nem me preocupo com o tratamento (deveria depois disso?!), pois a equipe parece tá firme em desenvolver a complexidade da estória e dos personagens (a Flora realmente ainda tem bons motivos!!!). Mas a novela perdeu pontos comigo, e o diretor também, porque foi completamente desnecessário investir na fórmula bem vs mal, já que o autor, junto com a direção, se mostrou talentoso o suficiente pra desenvolver a temática da "novela de antes" com muita criatividade, sem apelar pra velhas temáticas "clicheísticas". A mudança de estilo foi tão brusca que fez minha mãe soltar no final um: "Tá parecendo novela mexicana!", e minha prima, horas depois, quando entrava no site da novela, um: "Ficou chatão agora, não!". E com certeza elas não falaram isso por conta do desenrolar e desenvolvimento dos fatos, que foi excelente, mas pela entrada brusca nesses temas já batidos. Já estavamos acostumados com aquela A Favorita que nos insitava e nos enlouquecia com apenas suspeitas e emaranhados de dramas familiares sombrios.

O diretor é talentoso, mas é fraco. Por que voltar a trabalhar clichês temáticos se ele já havia os transcedido logo no início da novela? E de forma bem sucedida! Não é mais o inabalável como pensava.

Bom! De qualquer forma, ainda é muito cedo pra julgar, né! Mas essa entrada de trama me parece sem volta. Quero ver onde isso vai dar e, Pedro, meu estímulo em continuar assistindo a novela diminuiu só um pouquinho. rs Queira ou não, ela é um marco. Ninguém vai ficar indiferente! Não posso esquecer que esse autor FdP de bom me anganou por muito tempo. Foi a Flora? Puta que pariu... o que vai ser da Irene e Lara?!!!

E o meu sonho acabou... vejamos ainda!!!

Rafael Carvalhêdo said...

AH! E ia esquecendo de dizer... Patrícia Pillar é PATRÍCIA PILLAR!!!

Eu ri tanto com ela curtindo sádicamente aquele roque paulera no carro! huhauahuahauahu

A mulher é um espetáculo!!!!!!

Nando Damázio said...

Taí a prova de que o gênero folhetinesco é imutável, por mais que tente se inovar sempre mantém suas raízes com o pé no dramalhão.

A meu ver João Emanuel Carneiro sabe o que está fazendo. Ele já começou mesmo com o estilo mais clássico de folhetim, a novela Da Cor do Pecado era clichê em todos os sentidos, mesmo com a tal "inovação" da protagonista negra. Infelizmente novela é um produto pré-estabelecido e se ousar muito, se inventar muita moda, o público rejeita, vide o início de Duas Caras. O que surge como uma novidade para quebrar os padrões sempre causa estranhamento. O exemplo mais marcante que posso citar é a novela Bang-Bang, um formato inovador e revolucionário, mas que amargou uma audiência baixíssima por ser tão "diferente". Kubanacan passou por problemas semelhantes.

O que funciona mesmo com quem está sentado diante da tevê é apresentar os velhos e bons mocinhos e vilões. É mais fácil de entender e não exige muito raciocínio. Este é o público médio da televisão brasileira.

Nando Damázio said...

Gostei muito do blog, Pedro. A Luca me indicou, vim dar uma olhada e quando vi do que se tratava o blog, fui fuçar lá no fundo do baú e acabei revirando vários posts por aqui, li desde os primeiros textos.

É legal um espaço para se falar sobre televisão com consciência e senso crítico, coisa que nos falta na blogosfera e no meio virtual como um todo. A maioria dos blogs que falam sobre tevê é para fazer graça em cima dos artistas. Gosto muito quando leio análises bem fundamentadas e você faz isso muito bem.

Agora que descobri, estarei acompanhando as novidades. Té+!

Pedro Canto said...

Gente, seguinte...

Amigo Caio, pessoa de quem estou morrendo de saudade! Concordo muito com o que você falou mas ao contrário de você, não vejo como desmérito. Como o Nando falou ao em cima, a novela é muito enraizada no Brasil, (quase isso) é muito difícil mexer nesse gênero mas o JEC está conseguindo sim, olha só isso aqui que a gente está fazendo...

Mas tudo isso é até pecado a gente estar falando, ainda tem 4 meses de novela e veja o que ele ja fez com apenas 2!!!!!!!!!

Vou evitar me precipitar quanto aos rumos da trama, mas que dá uma ansiedade do caralho dá... acho que não fico assim tão intrigado desde meus tmepos de Alias e mistérios de Milo Rambaldi... e olha que a novela brasileira tem so 180 capítulos a mais que uma temporadade qualquer série, acho que fico vesgo daqui pra fevereiro com essa novela.

Se vocês, que lêem meu blog ja perceberam, Não gosto de comentar novela nova no dia que estreia. Afavorita recomeçou agora, não posso me trair.

Pedro Canto said...

Ah caio, lembra das aulas de Silvano, por mais que eu nao goste dele...

Melodrama meu caro, MELODRAMA.

Nem maior nem menor que os outros gêneros, nas nossas discordâncias em sala de aula com ele, apenas um gênero

Rafael Carvalhêdo said...

Sim, melodrama é um gênero. Mas, me corrige se eu estiver errado, clichês não são elementos inerentes a esse gênero! Ou tem que haver sempre no melodrama o bonzinho vs o malzão? Pra mim, as novelas daquele autor que fez Laços de Família (esqueci o nome!!!) é um exemplo melodramático que tenta fugir dos clichês.

Laços de Família foi um marco! Mas o autor abusou por fazer, sem saber, sempre a mesma novela!

Pedro Canto said...

Cansei da palavra Marco

Rafael Carvalhêdo said...

Hum...!!!

Quando marca... é um marco!