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Polaróides Urbanas


Talvez esse seja um dos erros do filme, o nome, e por ser um bom título!

Ser Polaroides Urbanas é a intenção do filme, um mosáico de personagens que se cruzam por motivos excentricos ou simples. Eu achei a coisa morna. Filme mosáico é uma verdadeira TARA minha, Pret-a-Porter, Dr.T e As Mulheres, Magnólia, Simplesmente Amor... inclusive foi isso que me atraiu em Lost inicialmente, por exemplo. E obviamente é a TV que me traz aqui, não com isso declaro algum tipo de preferência. (sou bígamo sim e daí!)

É a televisão a culpa de Polaróides Urbanas não decolar, até comentei com um amigo que se o Brasil fizesse filmes pra TV esse seria uma obra exemplar e linda. No quesito planos e fotografia é tudo morno beirando o chato... óbvio também, todos os personagens moram em casas escuras para esfregar na cara da gente o quão mal resolvidos eles são. As caricaturas de uns me chateou, Natália do Vale como a Dra. não sei quem, psiquiatra-casa-de-ferreiro-espeto-de-pau!

Em compensação a profundidade de píres de alguns seria vantagem para TV, uma vez que essa necessidade e proximidade com a obra se dissipa um pouco, permitindo que algumas coisas passem batido, até mesmo favorecendo o fio central. Neste caso o fio central de Polaróides é muito bom: Arletes Salles e Marília Pêra, não há de se esperar nada menos delas! Os ataques de pânico de Arlette e a fala arrastada de Marília são muito divertidos, e o segundo personagem de Marília Pêra no filme também é muito bom, mas é um dos desfavorecidos em desenvolvimento.

Quem me surrprendeu foram os "jovenzinhos", bem e mal. Roberta Gualda (lembra daquela menina super xarope em Mulheres Apaixonadas que infernizava a vida do casal formado pela Aline Moraes e aquela outra? ela mesma!) que geralmente é muito boa estava CARICATA, do tipo drogada que fala com os outros dando murro na própria cabeça. Já Juliana Baroni, sósia jovem da Letícia Spiller, estava ótima e se existisse um esforço um pouco maior do roteiro na sua personagem, ela séria tão inesquecível quanto alguns equivalentes nos filmes que eu já citei. Há um outros rapaz que faz o striper, alguma coisa Trevijanos também muito bom.

Estréia de Falabella na direção adaptando livremente sua peça: "Como Preencher Um Biquini" Selvagem"(é isos mesmo o nome?), Polaróides sabe mesclar drama e comédia, pesando para o primeiro ao meu ver, e não é ainda algo a altura de outras produções de Falabella, alguém que eu de fato admiro. Não há surpresas e nem grandes decepções.


ps.: Há tanto Almodóvar no filme que em determinado momento fica impossível não ver Marisa Paredes em Marília Pêra! percebam todos os posteres de Arletes Salles no camarim e lembrem de Blanche, persongem de Marisa em Tudo Sobre Minha Mãe. Sem falar na temática; em alguns personagems típicos de Almodóvar; e numa atriz que está nas cenas do C.A.S.A. (central de atendimento aos suicídas anônimos) que é muito parecida com a Rossy de Palma, aquela nariguda maravilhosa que está na maioria dos filmes do almodóvar e parecem uma Pin-Up expressionista!

3 Comments:

Alessandra Castro said...

Capa bem Argentina naum ?

Gostei do seu blog. ;)

Alessandra Castro said...

Atualiza querido ;*

Pedro Canto said...

jaja! nao tenho assistido nada que me faça escrever assim