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Desde 2005 a Record vem nesse golpe de estado querendo tirar, em 3 anos, a audiência das mãos da globo. Lamento, nao vai ser assim que vai acontecer a coisa. Primeiro, a própria globo precisou penar muito pra puxar os noveleiros da excelsior e da tupi.

Mas concorrência é concorrência e em se tratando de televisão nunca se prevê de fato um sucesso, ou alguém achou que um dia o Jornal Nacional mudaria de horário por uma novela da Manchete, como foi o caso Pantanal? Então não digo nem que sim nem que não. Me proponho a analisar separadamente as novelas da record que estão sim boas, com ressalvas.



Um aspecto muito importante e que é problema de quase todas as novelas off-Globo ja foi superado. Tecnicamente as novelas da Record tem feito muito bUnito. Fotografia linda (Luz do Sol, pelo nome era obriogação acertar nas cenas externas, mas eles têm caprichado mais do que o esperado) que não é apenas acidental ou ausente (como é o caso do SBT); Cenografia muito bem composta, sabendo carregar quando necessário (visual de todo o morro do torto em Vidas Opostas) e modernizar quando cabe (clínica genética de Caminhos do Coração). Sendo assim já é possivel ter tramas interessantes com uma produção caprichada na emissora do bispo. Aliás, falando em bispo, acabou gente... lembra aquela Record que te fez chorar de raiva por cortar todas as cenas de assassinato do filme "Assassinos Substitutos"? acabou! pelo menos nas novelas a coisa anda bem crua. Tá certo que algumas pessoas tem razão em reclamar das apelações em Vidas Opostas e seu núcleo bandidão, mas pelo menos não se censura a violência brasileira que (infelizmente) é uma coisa natural. {não acredito que todo mundo do Copamar ande pelo calçadão de Copacabana tão tarde e nunca seja assaltado!}
Contudo, todavia, porém o texto... Pessoalmente tenho uma vontade enorme de assistir uma novela da record, mas o texto me deixa envergonhadinho. Por mais que haja boas idéias e bons atores (muitos pra falar a verdade) os autores estão cometendo o erro mais primário, exemplo: todo mundo viu X-men, sabe da historia e conhece a "fantasia" que envolve as mutações. A novela Caminhos do Coração (22:00 na Record, obviamente), bebe -não, se afoga- nessa fonte e teve uma cena onde o personagem que lê pensamentos sai ouvindo todos da família, a mãe insegura com a roupa, o avó se sentindo velho, o pai preocupado com alguma coisa e a irmã falando mal de alguém. Certo, ele comentou cada um dos pensamentos, mas precisava todos rebaterem com uma frase que deixe bem óbvio que ele lê pensamentos??? a gente entendeu, deu pra ouvir os sussuros!!!!!

Mas a prática leva a melhorar. O percurso da Record está sendo natural, tecnicamente as novelas são belissimas mas o texto está longe de Silvio de Abreu (autor de Belíssima, ahn ahn? entendeu??? é mais ou menos assim que a Record faz!)

Weeds: Lição de Masturbação

Nesse meio tempo da uma conferida na moral torta dos personagens de Weeds.

Quem não entender inglês basta saber que ele tá falando de masturbação para o sobrinho de 10 anos e prestar atenção aos gestual. hihihi...

Time goes by so slowly...

Fim de semestre: esperando férias pra poder ver qualquer coisa que seja na televisão, no dvd e até no cinema.

Mas desde quando eu devo satisfações pra vocês? to me justificando pra Nancy Botwin (Poderosa Chefona) alí na foto...

Cadê os comentadores que estavam aqui????

... o gato comeu!

Dexter Opening

Créditos de abertura da série "Dexter", (dizem que) no Brasil é exibida pelo canal Fox.

Ei-lo

Não tem lição de moral, não tem ensinamentos e nem é um livro escrito em facíco. É uma série com uma historia interessante. Por mais que seja crítica, ácida e pertinente ao momento o maior trunfo de Dexter, a série, é o mesmo de seu narrador-protagonista. Ser individual.


Dexter, o personagem, é um assassino em série que teve seu potencial descoberto pelo pai ainda na infância. O pai era policial em Miami, famoso por ter salvo uma criança que viu sua mãe ser assassinada. Justamente o garoto que ele adotou como Dexter. Cheio de moralismo, o pai, que já lidava com pessoas semelhantes à que seu filho se tornaria, resolveu condicionar o comportamento do rapaz. Fez de Dexter um justiceiro. Ele deveria direcionar seus extintos para outros iguais a ele que venha a identificar. Para mascarar, deve fingir seus impulsos e verdadeiros sentimentos, tudo isso trabalhando como investigador de cenas de crime, especialista em manchas de sangue. Justiceiro queria o Pai e assim pensa Dexter ao esquartejar friamente um professor que ele identificou como pedófilo/psicopata. Narrado em primeira pessoa, não há nada mais cínico do que as constatações de Dexter para justificar seus crimes. O mais interessante é que a narração não é uma onipresença como costuma ser esse tipo de criação. O conhecimento de Dexter sobre a situação é o presente momento da ação, logo se nós estranhamos uma situação em particular, ele automaticamente estranhará e assim será a narração, já que o ponto de vista dele é o nosso.


Há artifícios interessantes encontrados por Dexter para se sociabilizar. Ciente de sua condição de filho adotivo, ele ainda assim tem muito... muito... sentimento pela irmã. Ele chega a falar: “se eu gostasse ou sentisse alguma coisa por alguém, ela é o que chegaria mais perto de algo bom.” (mais ou menos assim! não lembro exatamente) e os que o cercam ainda são vítimas de comentários mais sarcásticos ainda, como a namorada dele. Escolhida por Dexter à dedo, oportunamente ela é mãe solteira de duas crianças (logo não tem tempo pra respirar) e era constantemente espancada e estuprada pelo ex-marido: uma mulher carente, grudenta o suficiente pra não estranhar seu namorado e nem sequer cogitar sexo, uma prática que pra o assassino é abominável até então.


Dexter, a série, por sua vez é tão inteligente quanto, ao encontrar meios através da fotografia excelente de acrescentar ao personagem. Por exemplo, ao assistir, perceba como nas cenas externas(dia), a exposição da lente à luz é quase total, estourando todos os quadros e ressaltando cores berrantes no meio de uma Miami calorenta e cheia de pessoas semi-nuas. Essas imagens são um paralelo muito interessante à exposição que se submete o personagem ao pôr a cara na rua. Já as cores, numa análise bem particular, representam toda a diversão que ele tira dessa exposição.
Somado a tudo isso, tem a atuação de Michael C. Hall (o irmão gay em À Sete Palmos/Six Feet Under) que se não fosse à altura do personagem, e dos aspectos técnicos, colocaria tudo a perder já que ele está em cena 98% dos 50 minutos de duração.
Para ter uma idéia mais urgente do que estou falando, veja o cuidadoso trabalho feito nos créditos de abertura da série. Com laranjas que simulam vísceras, fio dental movimentado em câmera lenta que parece a arma mais ameaçadora do mundo e como ver Dexter de perto pode ser intrigante.(Vide post acima)