Instruções para o aperfeiçoamento da experiência do usuário

sexta-feira,
fev
19,

O Melhor "Piloto" de Todos


"Pilotos" são chatos, isso é fato. Mas tenho calado minha boca quanto a isso vide alguns posts recentes. Pra jogar a pá de cal na minha afirmação, Programa Piloto, aquele especial de "fim de ano" da Globo, é uma das coisas mais divertidas que a TV brasileira fez desde o fim de Os Aspones.

Fernanda Torres e Andrea Beltrão fazem duas estrelas de telenovela que estão velhas demais pra ser mocinhas e por isso têm que se sujeitar a tudo que há de mais escrachado no melodrama pra aparecer no vídeo. E o programa é delas! Por isso já vale a pena o esforço de baixar o programa. Mas vale muito mais o esforço ao ver todos os clichês de telenovela sendo divertidamente usados, um texto rápido que faz 40 min. parecer um susto. 


Estou aqui no trabalho e precisei vir correndo aqui porque comecei a rir sozinho lembrando de Fernanda Torres implorando pra levar pelo menos uma dúzia de pedradas, porque já que é pra ser apedrejada na novela que seja pelo menos uma dúzia... afinal é o grande momento dela na trama!

Estou louco pra ver de novo, uma sensação que só tinha com Os Normais e Friends, ou seja, comédias tão boas que quanto mais se assiste, mais engraçado fica!

quinta-feira,
fev
11,

A Dose Certa

Qualquer forma de narrativa seriada tem que jogar com as quantidades certas de informação sobre os personagens. Há excelentes histórias, e contadas de uma maneira deliciosa pra quem curte os ganchos e clichês da serialização audiovisual, que gastam essas informações logo de cara, como Desperate Housewives em sua primeira temporada. Mas fico com uma pergunta na cabeça: O que vale mais à pena, prolongar a narrativa adiando a recompensa do expectador ou, de fato, dar as respostas tão prontamente quanto a surge a necessidade por parte de quem assiste?

Fazendo uma comparação entre dois produtos que surgiram na mesma época e tiveram, cada um a sua forma, muito sucesso, é possível tecer comentários sobre o desenrolar do novelo, e ambas investiram pesado nos elementos de novelização (no sentido latino-americano mesmo!) das séries americanas nos anos 2000. Desperate Housewives e Lost, ambas estrearam na mesma época, na mesma emissora e, em 2010, Lost está chegando ao fim como uma das mais importantes séries da história e Desperate Housewives desagrada até os fãs a cada episódio.


Enquanto Lost demorou quase 3 anos pra começar a responder as perguntas que levantava, Desperate Housewives inicia e fecha a cada 22 episódios. Ao meu ver, Lost, que pela demora de me dar recompensas foi me perdendo ao longo do caminho, conseguiu se manter, à medida do possível, mesmo com a crise pós greve de roteiristas. No entando Desperate Housewives, com seus ciclos fechados, não conseguiu, ao longo dos anos, manter a uniformidade na qualidade das tramas. Dizer que adoro mesmo Desperate Housewives e que faço todos os esforços pra ver é algo que posso apenas quando me refiro às 1ª,  3ª e 4ª temporadas. Contudo, apesar de não me agradarem as outras temporadas, o parâmetro ainda é ela mesma.


Mas dei todo esse rodeio pra chegar na série que considero ser o meio termo desses modelos díspares. The Good Wife tem, no geral e a cada episódio também, as duas opções em ótimo nível. A cada episódio é contada uma história singular com pontos intrigantes, no melhor modelo das séries de procedimento, enquanto, paralelamente, o que amarra essas histórias é a mais que intrigante história central, onde o principal drama é: Quem é honesto e o que é honestidade?

Em The Good Wife a dosagem é perfeita entre questionamentos e recompensa e, melhor ainda, é levantada uma pergunta nova, as vezes sobre a trama outras vezes sobre a posição de alguns personagens, que nos leva ao próximo episódio. E, claro, tudo isso dentro de um texto inteligente  que te prende pela dificuldade dele (algo que eu adoro).

segunda-feira,
fev
01,

Santa


Tem pilotos que devem ser ignorados. Por melhor que a série seja, o elemento "piloto" é um saco. Extremo oposto é Nurse Jackie.

Quando li sobre, enfermeira com dor crônica e problemas pessoais viciada em medicamentos, achei que era apenas House na versão Edie Falco. Não é. O piloto dessa série chama muita atenção.

Pra esquecer Dr. House, basta dizer que Jackie se esforça. Seu erro maior é se importar, se culpar, tentar, não aguentar a inércia do meio onde vive. É isso que justifica tomar os remédios: resistir! Ou pelo menos é o que ela quer acreditar. Acreditar que é santa, como fica óbvio todas as vezes que surgem referências a pelo menos cinco santos que eu pude contar.

Mas é TV à cabo americana, a intenção é ser real. Pra isso a série te manda embora do piloto com Jackie dizendo: "Deus, me faça boa, mas não agora!". A cena seguinte mostra duas crianças negligenciadas, um marido traído e uma casa triste: a família da santa.



ps.: O Showtime já fez as pessoas defenderam uma mãe traficante, um serial killer e agora é a vez da enfermeira louca...