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Dexter, pai do ano!



*Decidi escrever isso aqui antes de ver o último episódio da 4ª temporada, assim evito algum spoiler que passe despercebido pela empolgação.

Esse blog, já gastou linhas e mais linhas falando de Dexter e por isso não vou me alongar. Mas quem viu qualquer pedaço desta 4ª temporada de Dexter sabe que o que é um bom roteiro de suspense, um bom drama e, principalmente, que bons personagens não são quase nada sem bons atores.

Constituindo família de maneira formal no final da terceira, Dexter assume o papel de pai e, como o próprio Harry diz na série, precisa decidir que papel ele interpretará: pai, serial killer, analista de esparramento de sangue, irmão ou marido. Dexter, obviamente, não desempenha nenhum deles com destreza, nem mesmo quando o Dark Passenger toma de conta, na verdade, os maiores vacilos de Dexter ocorrem no campo que ele se sentia mais confortável: o de esquartejador.


Para retratar tal momento da vida do nosso herói (!) Michael C. Hall esfrega na cara de todos os prêmios que nunca ganhou, que ele não precisa disso para ser SIM o melhor ator de TV atualmente no ar. A diferença de Dexter Morgan e o Dark Passenger, quando ele mata suas vítimas, sempre foi uma especialidade na interpretação de Michael, mas dessa vez, esses limites se confudem e o Passageiro acaba aparecendo em horas que não deveria. Há uma cena em que Dexter avança em Arthur, seu Nemesis dessa temporada, que é assustador até pra quem acompanha a série a 4 anos.


Tradição das outras temporadas, o rival de Dexter, dessa vez consegue finalmente ser o que promete. Não que Lila, Doakes, I.T.K. e Miguel Prado não sejam "inimigos" à altura dele, mas Arthur Miller finalmente é o monstro definitivo que Dexter precisa enfrenta. E o melhor de tudo, nas mãos do comediante John Lightgow, o papel se torna uma ameaça ambulante. John justifica a indicação ao Globo de Ouro, mas de tão bom, tem cara que não leva, só pra continuar a tradição de injustiças com a série.


E por fim, e mais importante, minhas previsões se concretizam... Debra Morgan (Jennifer Carpenter) tem se tornado a melhor detetive de Miami, um caçadora de serial killers de deixar o próprio Harry Morgan com medo e Frank Lundy orgulhoso. Mais lenha na fogueira que promete ser a 5ª temporada. Nada me tira da cabeça que o grande confronto que se anuncia é o dilema de Deb diante do fato de su irmão ser o principal serial killer em atividade, em Miami. E Jennifer tem milhões de chances de elevar Debra ao posto de oponente do irmão, em todos os sentidos, e consegue!

Com o bônus de desenvolver melhor todos os outros personagens muito bem, e mesmo sem ter terminado de ver, posso dizer que não há, nesta temporada, um episódio morno que seja. Só me resta aguardar a 5ª e torcer pra que tudo dê certo. Isto é, o bem prevalecer o mal(!) e Dexter, um serial killer, sair ileso e viver feliz com sua família.

The Good Wife



Acho interessante que, narrativamente, se tire leite de pedra em algumas coisas. Drama de tribunal: Todo mundo sabe como vai terminar, os obstáculos sempre são parecidos e o embate maniqueísta sempre alterna entre a figura do promotor e a defesa, o réu acaba sendo figurante. Então porque assistir The Good Wife? Além de mesmo com toda a repetição eu ser fã de drama de tribunal, vale a pena ver esta série pela forma como ela trata o público.


Para Alicia Florrick (Juliana Margulies, a enfermeira Carol Hathaway com coração frio de ER) pouco interessa se você está acompanhando os detalhes judiciais do drama que conta a história dela, esposa do promotor Peter Florrick, preso pelo seu envolvimento em escândalos sexuais e que tenta reassumir controle da própria vida retornando à uma de suas paixões, os tribunais. A linguagem é direta e técnica. Subentende-se que quem se presta a ver tem no mínimo um interesse na temática da coisa. E agradeçamos a Deus pela segmentação da TV, é com base em apostar na inteligência de quem assiste que a cada episódio, centrado em um caso diferente, vamos entendendo aos poucos que 'justiça' para estes personagens, e para muita gente, é algo bem pessoal e egoísta.

Julianna Margulies, fora a definitiva mal feita, está fantástica, merecendo sua 7ª indicação ao Globo de Ouro (melhor atriz, óbvio) desde a primeira cena. Cris Noth veste muito bem a cara de safado e faz a gente esquecer qualquer charme do Mr. Big. Christine Baranski, uma das chefes de Alicia, joga fora toda a leveza de personagens como os coadjuvantes de Mamma Mia!, Big Bang Theory e Cybil e investe num personagem que promete ser marcante. Josh Charles, o chefe aparentemente muito bonzinho, funciona como possível galã.


E seguindo a melhor linha Damages, House e vários outros que fazem parte da linha de "novelização" das séries de procedimento americanas, The Good Wife prende com personagens absolutamente cativantes, inteligentes e com duas incógnitas desconcertantes: Os dois homens na vida de Alicia acusam um ao outro, o marido Peter com o qual mesmo depois das traições todas ela continua casada sem que entendamos o porque, e Will, seu chefe, que mesmo aparentando ser muito simpático e solícito dá pistas que é alguém de quem Alicia deve tomar muito cuidado.