Párrinas de la bida

Eu confesso que ainda tenho muito afeto pela Regina Duarte, mas tá complicado aturar essa Helena sem noção. Não adianta comprar câmera especial pra rejuvenecer uma recém-saída da mesa do Pitanguy quando a atriz envelheceu pra gente. Não custava nada Manoel Carlos deixar o complexo de Peter Pan das Helenass e amadurecer a personagem. Regina tem talento sim, corpinho pra se sustentar como atriz esse tempo todo ela não tem então só pode ser talento, e tem também memoráveis papeis (querendo, EU dou a lista).




Acabei de ver uma cena ridícula onde a Helena adolescente dessa vez jantava com os dois homens da sua vida, o cafajeste e o bonzinho, e era simplesmente constrangedor ver o estilo requebrante-espasmódico da Regina Duarte nessa cena com texto péssimo. O pior é que os pares (Helena-Greg e Helena-outro-médico-que-nao-sei-o-nome) convencem entre si mas, não convencem no texto que desesperadamente tenta fazer deles solteirões de meia idade do Leblon. Deve ser complicado pra eles trabalhar dessa forma tendo no mesmo produto algo tão bem escrito sobre maturação de pessoas amargas como o caso da Marta (Lilia Cabral) e a duração da juventude em pessoas maduras como a Tônia Werneck de Sônia Braga.

Ainda tenho fé na novela, apesar de já ser o terceiro mês, é Manoel Carlos, ele só precisa voltar a fazer o que ele sempre fez de melhor: resolver uma coisa de cada vez e assim criar um protudo consistente e que se sustente a sua marca de representação do cotidiano. E pelo amor de deus deixem a Regina Duarte ser velha, ela consegue...