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Adaptação

Há um amigo cuja inteligência me fascina. Ele me disse pra não deixar de prestar atenção em Ciranda de Pedra. O livro da Lygia Fagundes Telles, no qual a novela é baseada, é o um dos seus preferidos. Obedeci e não me arrependo.

A novela está linda, bem dirigida como só a Saraceni consegue em leveza. Está tudo caminhando tão bem que me assusta, geralmente novelas que são tão rígidas em seus planos iniciais passam por mudanças ou nunca são bem aceitas (Suave Veneno, Torre de Babel, Explendor). Tudo baseado na audiência, que apesar desta atitude me irritar eu compreendo o por quê.


Hoje estou exatamente na metade do livro. Este se divide em duas partes: a infância de Virgínia e o momento que ela sai do internato. Virgínia, interpretada pela linda Tammy di Calafiori, é a verdadeira protagonista no romande de Lygia. Laura, personagem de Ana Paula Arósio, sua mãe, é perturbada por uma série de acontecimento e é Laura e Ana Paula que me trazem aqui.


Nesta primeira metade do romance nós vemos o quanto Laura é sofrida, consequentemente todos a sua volta. Os acontecimentos são trágicos de forma que acho inviável serem levados para a novela das 18 hrs. Mas ainda assim a adpatação de Alcides Nogueira está tão inteligente que em uma cena, no final do capítulo de ontem, pude enchergar o tormento da Laura de Lygia na Laura do ALcides, da Ana Paula e da Denise Saraceni. Falo da cena onde Frau Herta (Ana Beatriz Nogueira, cada dia mais pavorosa de maravilhosa, como diz alexandra) entrega os "restos" do tão amado cavalo de Laura. O desespero de Ana Paula Arósio foi tanto que me veio instantaneamente tudo que o romance conta com riqueza de detalhes e economia de palavras, mas que a novela apenas sugere em supervalorização de imagem e melodrama. Alias sugerir em um melodrama parece conflito, mas aqui não é!


O que acho mais bacana nisso tudo é perceber dois bons produtos a partir da mesma estória. Pobre daquels que comparam o trabalho individual de um romance econômico como o de Lygia Fagundes Telles com a exuberante adaptação em conjunto de Alcides Nogueira, Denise Saraceni e seus atores e equipe técnica.

Do blog do Aguinaldo

Quando eu crescer quero ser assim, trabalhar assim. Mais humilde, mas igualmente bem humorado:
(texto tirado, tal qual estava, do blog de Aguinaldo Silva, autor de Duas Caras)


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Os fiéis comentaristas aqui do blog, e os telespectadores de um modo geral, estão divididos entre os três finais possíveis para a vilã Silvia: a camisa de força, a prisão ou a morte. Mas então eu pergunto: e se ela tiver direito a esses três finais?

A camisa de força ela veste no capítulo 206, que é o da terça-feira da semana final da novela, depois de tentar matar a tiros a pobre da Maria Paula. Ela fracassa, porque Ferraço se atravessa na frente da arma e é ferido. E aí Sílvia entra em desespero e surta. Cisma de fugir pra Paris, mas é impedida por Branca, que manda interná-la numa clínica. Morri de rir enquanto descrevia a cena em que ela, depois que lhe retiram a camisa de força, antes de entrar no quarto acolchoado da clínica de malucos pergunta: “É primeira classe, não é? Porque eu acho a executiva um lixo!” Claro que, uma vez na clínica, ela logo se enturma com um enfermeiro bonitão, que vai ajudá-la a fugir de lá. E aí, no penúltimo capítulo, é a vez dela atentar contra Renato. Dessa vez, com o auxilio de JB, depois de fazê-lo cheirar clorofórmio e desmaiar, ela consegue apagá-lo. Mas quando vai acabar com ele JB tem um ataque de remorsos e a impede... E então sobra pra ele: Sílvia dá um tiro no pé do coitado! Por causa do seqüestro do garoto, com metade dos personagens da novela no seu encalço, Silvia é presa... Mas é claro que no último capítulo ela foge de novo e, na perseguição, acaba morrendo atropelada.

Os três finais, portanto... Mas eu não seria quem sou se não lhes oferecesse mais um à guisa de extra: Será que ela morreu mesmo? Essa é a dúvida que eu vou guardar pra última cena da novela. Pronto, contei tudo, só pra deixar os fifis ainda mais histéricos!


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Mas também pode ser com a cosmopolitisse do Silvio de Abreu (poxa nem ví no Amaury!)